terça-feira, 23 de novembro de 2010

Fed piora estimativas para PIB dos EUA em 2010 e 2011

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) piorou consideravelmente suas estimativas para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) real dos EUA neste ano e no próximo. Agora, a autoridade monetária estima uma expansão entre 2,4% e 2,5% em 2010, abaixo da previsão feita em junho, que era de uma variação entre 3% e 3,5%.
Para o ano que vem, a faixa central da estimativa de crescimento econômico vai de 3% a 3,6%, também pior do que a projetada em junho, entre 3,5% e 4,2%. Apesar da piora nas projeções, a autoridade monetária manteve a expectativa de expansão econômica no longo prazo entre 2,5% e 2,8% .
O cálculo dessa estimativa central leva em conta as previsões dos diretores do Fed e dos presidentes das suas unidades regionais, descontando as três mais altas e as três mais baixas. Para 2012, a banda é de 3,6% a 4,5% - com piso ligeiramente superior ao previsto em junho, que era de 3,5%. Para 2013, a primeira previsão do grupo é de crescimento econômico entre 3,5% e 4,6%.
Segundo o Fed, os dados mostram que a atividade econômica no primeiro semestre ficou abaixo do esperado e isso influenciou a piora nas expectativas quanto aos indicadores. Os diretores lembram de fatores que devem continuar a conter a recuperação, tais como a debilidade do mercado imobiliário - comercial e residencial - a necessidade de controle de gastos por parte de governos regionais, o acesso ao crédito ainda apertado e a cautela dos consumidores em comprar e dos empresários em contratar.
Os dirigentes da autoridade monetária também elevaram a expectativa para a taxa de desemprego. Em 2010, a faixa central agora está em 9,5% a 9,7%. Em junho, o Fed projetava taxa de desemprego entre 9,2% e 9,5%. Para 2011, a faixa central vai de 8,9% a 9,1%, também acima da banda de 8,3% a 8,7% calculada em junho. O pessimismo se estende até 2012, quando o desemprego deve se situar entre 7,7% e 8,2% da população economicamente ativa dos EUA (em junho, a a faixa ia de 7,1% a 7,5%). Na primeira projeção para 2013, os diretores esperam desemprego entre 6,9% e 7,4%, enquanto a taxa de longo prazo é estimada em uma banda de 5% a 6%.
Subiram ainda as estimativas da inflação medida pelo PCE (índice de preços dos gastos com consumo dos norte-americanos). Em 2010, o núcleo do indicador, que desconta preços de alimentos e energia, deve variar de 1% a 1,1%, ligeiramente acima da faixa de 0,8% a 1% da previsão anterior. O indicador geral, por sua vez, deve se situar entre 1,2% e 1,4% neste ano, contra projeção anterior de 1% a 1,1%.
O núcleo da inflação medida pelo PCE deve ficar em uma faixa de 0,9% a 1,6% em 2011 (anterior: 0,9% a 1,3%), de 1% a 1,6% em 2012 e de 1,1% a 2% em 2013. O PCE geral deve variar entre 1,1% e 1,7% no ano que vem, entre 1,1% e 1,8% no ano seguinte, e 1,2% e 2% em 2013.
(Paula Cleto | Valor)

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