sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Petrobras recua mas analistas veem pontos positivos no balanço

 Este não é um bom dia para a Petrobras (PETR3,PETR4). Seja pela queda de mais de 3% na cotação do petróleo no mercado internacional, seja pela divulgação de resultados  inferiores ao consenso dos analistas, os papéis da empresa figuram entre os destaques de queda do Ibovespa, recuando cerca de 3,22% (ordinários e preferenciais).
Entre os destaques negativos dos números divulgados na última sessão pela estatal, o desempenho das operações internacionais é o que chama mais atenção. Na base de comparação trimestral, houve queda de 10% nas vendas internacionais e de 2,3% no volume exportado, com desvalorização de 2,4% na cotação média do petróleo nas exportações.
“As operações internacionais da Petrobras apresentaram uma retração do movimento de recuperação de resultados observado nos últimotrs trimestres, com o lucro líquido caindo para R$ 278 milhões no terceiro trimestre frente aos R$ 533 milhões do segundo trimestre e inferior ao projetado de R$ 343 milhões”, frisou o analista Andrés Kikuchi, da Link Investimentos.
Outro ponto ressaltado por boa parte dos analistas foi a elevação dos custos unitários de exploração e de refino que, segundo a Link, passaram de US$ 5,48 para US$ 6,02 por barril e de US$ 3,68 para US$ 4,44 por barril, respectivamente, entre o segundo e o terceiro trimestres deste ano.

Despesas operacionais pesam
Além desses fatores, o analista Nelson Rodrigues, do BB Investimentos, destacou a realização de estoques formados em meses anteriores a preços mais altos, além do maior volume de importação de óleo e derivados e o crescimento das despesas operacionais.
Nesse sentido, Rodrigues afirma que as despesas foram “pressionadas pelo encerramento da estruturação financeira do projeto Barracuda, pelos gastos adicionais relacionados no acordo coletivo e pelo incentivo a empregados no âmbito da oferta pública."
Completando a informação, Mônica Araújo, da Ativa Corretora, informa que a empresa sofreu um impacto de aproximadamente R$ 400 milhões da estruturação financeira de Barracuda, R$ 187 milhões dos gastos com o acordo de trabalho e R$ 85 milhões com os incentivos para a oferta de ações.

Impactos positivos
Embora haja pontos negativos a serem ressaltados e observados, os analistas também encontram fatores de impulsão aos números. O primeiro deles é, sem dúvida, o resultado financeiro positivo em R$ 1,968 bilhão, impactado pela apreciação do real frente ao dólar durante o terceiro trimestre deste ano.
“No terceiro trimestre, a desvalorização do dólar foi de 6% (câmbio do final do período)”, apontou Nelson Rodrigues, do BB Investimentos, explicando que o impacto positivo se deve ao fato da Petrobras ser “devedora em moeda estrangeira no valor líquido de R$ 23,893 bilhões”.
Também relacionado ao câmbio, a Ativa Corretora ressalta o impacto positivo da equivalência patrimonial, “que no caso da controladora atingiu R$ 2,5 bilhões”.
Por fim, Rodrigues observa com otimismo o desempenho doméstico da estatal, com o aumento de 7,1% nas vendas no mercado interno de derivados de petróleo e o crescimento de 23,3% no volume vendido de gás natural. “O crescimento do lucro líquido da Petrobras no terceiro trimestre decorrei do forte aumento das vendas domésticas e, principalmente, do impacto positivo da desvalorização do dólar no resultado financeiro líquido”, resumiu.

Endividamento menor
Kikuchi, da Link Investimentos, ainda sublinha a redução da alavancagem da empresa, medida pela relação entre dívida líquida e dívida líquida mais patrimônio líquido, que passou de 34% para 16% na comparação entre o terceiro e o segundo trimestres deste ano.
“Apesar da manutenção do elevado capex (investimento em bens de capital), o endividamento líquido apresentou uma significativa redução de R$ 94,2 bilhões no segundo trimestre de 2010 para R$ 57,1 bilhões no terceiro trimestre, fruto da injeção de recursos líquidos do aumento de capital no final do trimestre”, explicou.

Menores investimentos em refino
Para o analista do BTG Pactual Gustavo Gattass, os altos investimentos nas operações de refino da Petrobras têm sido uma das maiores fontes de decepção para os investidores. Porém, ao que tudo indica, a estatal pode atenuar as preocupações com a rentabilidade caso sinalize “maior cautela sobre o refino”.
Sobre esse assunto, o analista ressaltou que foi o ponto positivo em um resultado permeado por dados marginalmente negativos. Segundo Gattass, “a chave agora é ver como a diretoria se comporta na teleconferência de resultados”, sugerindo que uma mensagem positiva poderia influenciar um rali nas ações. O evento acontecerá na próxima terça-feira, após o feriado da Proclamação da República.

Perspectivas para o futuro
Para os próximos períodos, Kikuchi ressalta que a retração da margem da unidade de Exploração e Produção no terceiro trimestre deve ser monitorada, “pois o incremento do custo de extração apresentou um crescimento significativo no período e a produção foi aquém do esperado”. O analista completa que, além disso, “o resultado financeiro positivo do trimestre não deverá contribuir na mesma proporção no resultado final do quarto trimestre”.
Falando dos últimos três meses de 2010, o analista do BB Investimentos também não se mostra muito otimista com os próximos resultados vindos do câmbio. “O faturamento da Petrobras deverá ser impactado negativamente pela valorização média do real frente ao dólar no quarto trimestre até 11 de novembro”, informou Rodrigues. Porém, o especialista acredita na melhoria da receita operacional líquida, já que os preços do petróleo no quarto trimestre, até o dia 11, encontram-se, em média, 9% acima do terceiro trimestre.
Segundo Rodrigues, as vendas no mercado doméstico devem continuar em alta devido ao crescimento do consumo de derivados de petróleo, ligado à recuperação da economia brasileira, enquanto os preços internos do diesel e da gasolina devem permanecer acima dos verificados no mercado internacional, o que melhorará a margem operacional da Petrobras.

Volatilidade nas ações
Já em relação aos papéis da estatal, as expectativas são divergentes. A Ativa Corretora, que mantém a recomendação para a Petrobras em revisão, acredita que alguns eventos poderão elevar a volatilidade das ações no curto prazo. “Entre os principais eventos estão: a revisão do programa de investimentos para os próximos cinco anos (probabilidade de aumento do volume), divulgação das reservas provadas de 2010 (janeiro de 2011, probabilidade de forte crescimento) e ainda as mudanças na direção da empresa com o início do novo governo federal”.
Por outro lado, rolando o preço-alvo dos papéis de junho para dezembro de 2011, o BB Investimentos atualizou a estimativa de R$ 40,50 para R$ 42,90 para as ações preferenciais e de R$ 45,80 para R$ 48,50 para as ações ordinárias. A recomendação é de compra.
Enfim, a Link Investimentos mantém a recomendação de market perform (desempenho em linha com a média do mercado), com preço justo de R$ 34,20 para as ações ordinárias e de R$ 30,40 para as preferenciais.

Caixa diz que parceria com PanAmericano é estratégica, e não comenta novo sócio

A Caixa Econômica Federal afirmou que está avaliando as medidas pertinentes em relação as empresas de auditoria que falharam em identificar a fraude no Banco PanAmericano (BPNM4).
Em resposta a questionamento da InfoMoney, a assessoria de imprensa da Caixa disse que a companhia está avaliando o que fará sobre o assunto, a partir de informações passadas pelo Banco Central em 4 de novembro - quinta-feira da última semana.

Novo sócio? 
A Caixa preferiu não comentar se está procurando um comprador para a fatia de 51% do PanAmericano que não lhe pertence, ou se há um comprador em potencial, conforme especulado na véspera.
Cabe lembrar que, na última quinta-feira (11), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, havia acenado a possibilidade  de a Caixa Econômica Federal gerir o PanAmericano com outro sócio. "A Caixa vai começar a executar seu plano de negócio juntamente com o sócio e, possivelmente com um novo sócio que entrar no lugar do sócio controlador, na medida em que ele teria que vender sua participação para pagar o FGC".
Além disso, de acordo com declarações de uma fonte que não quis se identificar à Reuters, a Caixa teria descartado colocar mais dinheiro no banco ou assumir o controle da instituição.

Parceria estratégica
A assessoria também reafirmou a importância estratégica da parceria com o PanAmericano, indicando que não pretende vender sua participação no banco.
“Com as providências tomadas pelo Grupo Controlador (...)[a parceria] proporcionará a ampliação da sua base de clientes, em razão da capacidade de relacionamento do Banco PanAmericano com seus mais de 20 mil canais de venda e suas 200 lojas próprias, permitindo, assim, o aumento da capacidade operacional de geração de crédito e a implementação de um modelo de negócio aderente aos objetivos e às políticas de mercado da Caixa”, escreveu a companhia.

PanAmericano cancela divulgação de resultado

Depois do polêmico caso de fraude que veio à público esta semana, o Banco PanAmericano (BPNM4) cancelou a apresentação de seus resultados referentes ao terceiro trimestre, inicialmente marcada para esta sexta-feira (12).
A teleconferência sobre os resultados agendada para o próximo 16, também foi cancelada. De acordo com o banco, a divulgação do balanço e a teleconferência acontecerão "oportunamente".

Austin tira ratings do banco PanAmericano

Em mais um episódio na novela do banco PanAmericano (BPNM4), a Austin Rating revelou nesta sexta-feira (12) que está retirando os ratings do banco e de sua emissão dedebêntures, além de rebaixar a classificação de risco das cotas seniores de fundos de investimentos em diretórios creditórios acompanhadas por ela. 

"O rating foi retirado, tendo em vista a impossibilidade desta agência de classificação de risco de dar continuidade ao monitoramento dos ratings do banco", explica a Austin, em comunicado. A agência de classificação de risco também esclarece que continuar a monitorar o banco iria contra sua metodologia de análise, bem como os "princípios emanados pela Iosco (International Organisation of Securities Commissions)". 

"A Austin Rating aguarda maiores informações financeiras e esclarecimentos da nova diretoria, quanto à origem deste desequilíbrio e o plano de ação a ser adotado nas próximas semanas, para restabelecer o monitoramento dos ratings e se pronunciar sobre o efetivo grau de risco de crédito da instituição", informa a agência de classificação de risco.

Sílvio Santos diz que pode vender o SBT a Eike Batista, informa jornal

O SBT pode ser vendido por R$ 2,5 bilhões, segundo o próprio Sílvio Santos em entrevista concedida à colunista do jornal Folha de São Paulo Mônica Bergamo, na última quinta-feira (11).
Quando perguntado sobre a veracidade da informação de que Eike Batista estaria interessado em comprar o seu veículo de comunicação, o apresentador do SBT respondeu que aceitaria onegócio. “Se ele pagar R$ 2,5 bilhões que estou devendo, vendo, é claro que vendo. Não precisa nem pagar para mim, paga para o Fundo Garantidor de Crédito. Eu não posso vender nada sem passar pelo FGC”, disse Sílvio Santos.
As respostas do apresentador foram marcadas por um tom de descontração, de modo que, quando o nome de Eike Batista foi mencionado, o apresentador perguntou quem era este, e se o nome era norte-americano.
A InfoMoney tentou contato com a assessoria de imprensa do SBT, mas o responsável pelo assunto não estava presente para comentar a declaração.

Eike Batista
Na última quinta-feira surgiram rumores de que o empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, estaria interessado na compra do canal de televisão. No entanto, a informação foi desmentida pelo empresário ainda no mesmo dia.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Lucro da Petrobras sobe para R8,566 bilhões no 3o tri

A Petrobras registrou no terceiro trimestre lucro líquido de 8,566 bilhões de reais, crescimento de 7,9 por cento em relação ao resultado obtido no mesmo período do ano passado, mas o ganho ficou abaixo do esperado pelo mercado.
Na comparação com o segundo trimestre de 2010, o lucro cresceu 3 por cento, informou a companhia na quinta-feira.
A média das estimativas de seis analistas obtidas pela Reuters indicava lucro de 9,3 bilhões de reais para a estatal no período.
"O lucro foi motivado por maiores vendas (no mercado interno) e pelo evento cambial", afirmou a jornalistas o diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa.
Na comparação com o segundo trimestre, o lucro de julho a setembro teve importante influência do ganho cambial sobre a dívida líquida.
"A apreciação de seis por cento do real no terceiro trimestre versus segundo trimestre possibilitou ganho cambial de 1,4 bilhão de reais", destacou Barbassa, admitindo que se não tivesse esse ganho o lucro seria menor.
Os ganhos cambiais foram compensados pelo menor preço de vendas no mercado externo no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, decorrente da oscilação nas cotações das commodities.
Barbassa ressaltou, entretanto, que com uma demanda interna bastante aquecida, a estatal reduziu as exportações.
DESPESAS
Conforme a empresa, gastos adicionais relacionados ao acordo coletivo de trabalho 2010/2011 e ao incentivo a empregados para compras de ação na oferta pública primária da companhia, entre outros fatores, contribuíram para o aumento das despesas operacionais no trimestre.
O custo com o subsídio para os funcionários que compraram ações foi de 90 milhões de reais. Outros 357 milhões de reais foram gastos nas despesas com a recente capitalização, segundo o diretor.
A geração de caixa trimestral medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi de 14,736 bilhões de reais no período, contra 14,081 bilhões de reais no terceiro trimestre do ano passado.
Mas o Ebitda caiu 7 por cento ante o segundo trimestre de 2010, quando somou 15,927 bilhões de reais, em função do aumento com despesas operacionais.
Entre janeiro e setembro, o lucro acumulado chegou a 24,588 bilhões de reais, ante 22,390 bilhões de reais nos nove primeiros meses de 2009.

ALAVANCAGEM
Segundo comunicado, a Petrobras manteve, com a capitalização, índices de alavancagem em "patamares sustentáveis".
A empresa concluiu durante o trimestre oferta pública de ações que resultou no aumento de capital em 120,249 bilhões de reais.
Com a capitalização, a empresa reduziu sua alavancagem de 34 por cento no final do segundo trimestre para 16 por cento.
O diretor afirmou ainda que a estatal poderá captar mais 3 bilhões de dólares até o final do ano, mas essa captação não envolverá o mercado de capitais, frisou.
Segundo o diretor, esses recursos serão obtidos em várias operações, junto a bancos de fomento, por exemplo, e ainda não está definida qual será a origem.
Neste ano, a Petrobras já captou 13 bilhões de dólares, contra 35 bilhões de dólares em 2009.
Com uma menor alavancagem, a empresa já começou a avaliar o plano de investimento 2011-2015, "que com certeza" incluirá a exploração das áreas concedidas pelo governo em operação que ficou conhecida como cessão onerosa.
Barbassa afirmou que até o final de 2014 a Petrobras deve gastar entre 7 e 8 bilhões de dólares para explorar as áreas cedidas pelo governo.
A primeira etapa da exploração vai envolver uma avaliação complementar das áreas cedidas, com uma perfuração em cada poço, com exceção de Franco, que terá duas, devido ao porte do ativo.
"No ano que vem, teremos atividades nessas áreas, com a chegada de novas sondas."

PRODUÇÃO NO TRIMESTRE
A produção média de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu 1,991 milhão de barris diários, queda de 1 por cento em relação à produção do segundo trimestre, devido a paradas programadas e não-programadas.
Para Barbassa, no quarto trimestre a expectativa é positiva em relação ao aumento de produção com a entrada em operação da P-57, em 30 de novembro, no campo de Jubarte, e pelo início também do Teste de Longa Duração de Guará, que começa ainda neste mês.
"Essas serão as contribuições adicionais à capacidade instalada no quarto trimestre", disse o diretor.

Brent mais caro eleva custo dos produtos vendidos pela Petrobras

 O valor 35% maior do preço do barril do tipo Brent importado pela Petrobras levou a um aumento de 27% no custo dos produtos vendidos (CPV) pela estatal nos nove primeiros meses do ano.

O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Almir Barbassa, ressaltou que o CPV passou de R$ 79,170 bilhões, entre janeiro e setembro do ano passado, para R$ 100,44 bilhões, com contribuição também do maior volume pago pela empresa em participações especiais.

"Mesmo assim, o lucro bruto foi maior nos nove primeiros meses do ano", disse Barbassa, lembrando que a receita operacional líquida saltou 17%, passando de R$ 135,138 bilhões nos nove primeiros meses de 2009 para R$ 158,782 bilhões em igual período deste ano. O crescimento da receita foi creditado pela empresa ao maior volume de vendas de derivados e ao aumento de preços das exportações e vendas internacionais.
As despesas operacionais cresceram 12% e, segundo Barbassa, consumiram o lucro bruto, atingindo R$ 23,749 bilhões, contra R$ 21,124 bilhões dos nove primeiros meses do ano passado. Com isso, o lucro operacional da empresa caiu 1%, passando de R$ 34,844 bilhões nos nove primeiros meses do ano passado, para R$ 34,593 bilhões entre janeiro e setembro deste ano.

"As despesas operacionais registraram alta no refino", disse Barbassa.

Lucro da Cyrela cai 33% no trimestre, ante 2009

O lucro líquido da incorporadora Cyrela somou R$ 176 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 33,3% comparativamente ao mesmo intervalo de 2009. A base de comparação interferiu no resultado, uma vez que no ano passado a empresa reconheceu uma receita extraordinária gerada pela venda de participação na Agra.

Mesmo se fosse desconsiderado esse fator, porém, o lucro da Cyrela teria sido menor neste ano, em 4%. A receita líquida caiu 13,8%, para R$ 1,162 bilhão. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 219,9 milhões, com queda de 25%.

Em seu relatório de resultados, a companhia explica que o Valor Geral de Vendas (VGV, indicador do segmento) do terceiro trimestre de 2010 foi 30,4% inferior ao do mesmo período do ano passado, somando R$ 1,359 bilhão (composto por 5.588 unidades em 22 empreendimentos). Segundo a Cyrela, isso se deveu a atrasos em aprovações e registros de grandes projetos, que eram esperados para o terceiro trimestre e acabaram lançados apenas no quarto.

Do total do VGV lançado no trimestre, o segmento de alto padrão respondeu por 29,8% e a Living, responsável pelos segmentos econômico e supereconômico, ficou com 32,1%.

Fitch reduziu o rating do Banco Panamericano de "AA+" para "A-".

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou hoje o rating nacional de longo prazo do Banco Panamericano em cinco degraus, de "AA+(bra)" para "A-(bra)". A nota de curto prazo também foi reduzida, de "F2(bra)" para "F1-(bra)", e o rating de suporte caiu de "3" para "2". A Fitch rebaixou ainda a Panamericano Arrendamento Mercantil, de "BBB+(bra)" para "AA(bra)". A perspectiva dos ratings é negativa.

A mudança é reflexo do comunicado divulgado na terça-feira pelo Panamericano, de que seu acionista controlador, o Grupo Silvio Santos, realizou uma injeção de capital de R$ 2,5 bilhões no banco para absorver os efeitos de irregularidades contábeis.

"As ações são guiadas pelo fato de o suporte contingente observado ter sido inteiramente proveniente do acionista controlador, levantando dúvidas sobre a propensão do acionista minoritário do banco, a Caixa Econômica Federal, a oferecer suporte através de injeção de capital, uma das premissas do rating de suporte atribuído ao Panamericano em 29 de julho", explicou a Fitch.

A agência de rating acredita que o suporte da Caixa para prover liquidez ao Panamericano deve continuar disponível e que o banco tem ativos que, somados à liquidez gerada pela injeção de capital, devem sustentar sua capacidade de suportar uma pressão significativa sob sua base de captação institucional.

Apesar da injeção de capital exceder em cerca de 10% o volume de irregularidades contábeis encontradas, dando espaço para cobrir ajustes adicionais, a Fitch disse que a observação negativa dos ratngs reflete a preocupação de que, "neste estágio, a reação do mercado e a possibilidade de divulgação de novas necessidades de ajustes podem se mostrar mais severos do que o esperado, ou ainda, influenciar a propensão de a Caixa a continuar a oferecer suporte de liquidez".

Meirelles sinaliza venda de controle do Panamericano

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sinalizou nesta quinta-feira que o controle do Banco Panamericano, detido pelo grupo Silvio Santos, deve ser vendido. Meirelles também frisou que a autoridade monetária não pode garantir que nenhum outro banco do sistema financeiro apresente problemas.
"O grupo Silvio Santos entregou como garantia do empréstimo todo seu patrimônio empresarial. Então é plausível se imaginar que para viabilizar os recursos para o pagamento do empréstimo, que uma das medidas possa ser a venda de participação acionária no banco", disse Meirelles a jornalista, após participar de audiência pública em Comissão de Orçamento.
O Panamericano anunciou na terça-feira à noite que o grupo Silvio Santos, acionista controlador, aportou 2,5 bilhões de reais na empresa, para corrigir inconsistências contábeis.
Os recursos foram obtidos por meio de empréstimo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que teve como garantia as empresas do grupo Silvio Santos. O pagamento será feito no prazo de 10 anos.
"A Caixa (Econômica Federal) vai começar a executar seu plano de negócio juntamente com o sócio e, possivelmente com um novo sócio que entrar no lugar do sócio controlador, na medida em que ele teria que vender sua participação para pagar o FGC", disse Meirelles, durante a audiência.
A Caixa, que comprou 49 por cento do capital votante do banco em dezembro do ano passado, descarta colocar mais dinheiro no Panamericano e também assumir o controle do banco, disse à Reuters na quarta-feira uma fonte com conhecimento do assunto, sob condição de anonimato.
Meirelles disse que, do total de 2,5 bilhões de reais aportados pelo controlador, 2,1 bilhões de reais disseram respeito a problemas encontrados nas carteiras do banco e 400 milhões de reais, a questões relacionadas a cartão de crédito.
Destacando que cartões de créditos não são regulados pelo BC, Meirelles não deu detalhes sobre o assunto.
RISCO MORAL
Questionado por parlamentares se o Banco Central poderia garantir que nenhuma outra instituição financeira do país teria o mesmo tipo de situação, Meirelles disse que não é função do BC dar esse tipo de garantia. Em vez disso, afirmou, a responsabilidade do órgão é de fiscalizar.
"Nenhum banco central do mundo pode assumir responsabilidades futuras, garantir que todas as instituições do sistema não têm problema nenhum", afirmou. Porque o governo federal estaria assumindo um passivo incontingente de proporções incomensuráveis".
"Seria a criação de um incomensurável risco moral."
(Reportagem de Isabel Versiani)

Equipe de Eike usa twitter para negar interesse em empresas do Grupo Silvio Santos

A equipe do empresário Eike Batista usou o twitter no fim da tarde desta quinta-feira para negar que interesse comprar as empresas de Silvio Santos. Mais cedo, em entrevista na Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) o próprio Eike anunciou que sua holding, a EBX, terá US$ 30 bilhões em caixa até US$ 2015 e não descartou um eventual interesse nos ativos do Grupo Silvio Santos, inclusive no banco PanAmericano, que acaba de receber um socorro de R$ 2,5 bilhões e no SBT.
- A gente olha tudo. O que dá para arbitrar e fazer melhor, a gente está de olho. Mas eu jamais entraria para competir com a Ambev ou com o Submarino. Mas como o Brasil tem um outro lado, que é o da ineficiência, o que abre um espaço gigante para investir - afirmou Eike Batista ao ser questionado sobre um possível interesse nas empresas do Grupo Silvio Santos.
"Esclarecemos que não temos interesse no Grupo SBT. Hoje foi dito que avaliamos sempre oportunidades de negócios, apenas isso", afirmou mais tarde a a assessoria do empresário por meio de twitter.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

BC encontra duplicidade de carteira em balanços do PanAmericano

O Banco Central informou ter encontrado duplicidades de carteiras de crédito nos balanços do PanAmericano e de outros bancos. A instituição controlada pelo grupo Silvio Santos teria vendido carteiras a outros bancos, mas não teria promovido a baixa contábil em seus demonstrativos financeiros há cerca de três, quatro anos.
A constatação foi feita a partir da análise dos balanços do segundo trimestre de diversas instituições financeiras, realizada há cerca de seis semanas.
O diretor de Fiscalização, Alvir Hoffmann, afirmou ainda que "há indícios" de que as mesmas carteiras "foram vendidas mais de uma vez."
Isso indica que o "rombo" do banco controlado pelo grupo Silvio Santos, pode ser maior. Hoffmann disse que manterá um funcionário do BC "dentro" do Panamericano, e que uma visão global da fraude pode demorar.
O empréstimo com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) de R$ 2,5 bilhões foi para ajustar o patrimônio líquido do banco, de R$ 1,6 bilhão, e mais R$ 900 milhões para continuar a operar com a mesma alavancagem que tinha antes.
Por enquanto, o BC está instaurando apenas processo administrativo. Quando tiver indícios concretos e responsabilização da fraude, encaminha para o Ministério Público Federal para possível abertura de processo criminal.

Melhor Solução
O socorro de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), fundo mantido com recursos dos depósitos dos bancos, foi a melhor solução encontrada para salvar o Banco Panamericano, avaliou o diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Alvir Hoffmann.
"Outra solução, que para nós seria um desastre, seria liquidar o banco", disse o diretor, após assegurar que, agora, "o Panamericano segue vida normal."
"O que houve foi uma operação de assistência financeira. O FGC tem a função de garantir a estabilidade do sistema financeiro, como é em todo lugar do mundo, e seu mandato exige que a assistência seja no volume que for necessário, dependendo do tamanho da instituição", sustentou.
O empresário Silvio Santos terá 10 anos para devolver o resgate dado pelo FGC. A holding Silvio Santos Participações ainda terá uma carência de três anos para iniciar o pagamento do empréstimo, obtido por meio da emissão de debêntures.
Os ativos de garantia perfazem um patrimônio estimado em R$ 2,7 bilhões pelo FGC e podem ser, se necessário, colocados à venda para cobrir o empréstimo. Os dividendos obtidos pela holding de Silvio Santos também serão usados no pagamento do resgate.

Ações caem quase 30%
Um dia depois do anúncio do resgate de R$ 2,5 bilhões pelo Banco PanAmericano, em meio a denúncias de fraudes na instituição - que tem o Grupo Silvio Santos como principal acionista -, as ações preferenciais do banco, que estão fora do Ibovespa, despencaram.
As ações preferenciais do banco de investimento caíram 29,54%, a R$ 4,77, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta quarta. Na terça, o ativo fechou com queda 6,74%, o oitavo pior desempenho entre papéis fora do índice de referência da Bolsa brasileira.
Os ativos de pequenas instituições financeiras também registraram baixas. As ações do Banco Pine desceram 2,59% (a R$ 13,50), BicBanco caiu 5,36% (a R$ 15,00); ABC Brasil PN recuou 0,79% (a R$ 16,30) e Sofisa PN se depreciou em 4,80%, a R$ 4,95.
Leia mais: A Bovespa e o dólar neste dia 10 de novembro
As grandes instituições financeiras, no entanto, registraram altas. As ações preferenciais do ItaúUnibanco subiram 1,15% (a R$ 42,85), e as do Bradesco avançaram 1,38%, a R$ 36,50. As ações do banco Santander registraram alta de 1,06% (a R$ 24,76) e do Banco do Brasil.
Para a analista do setor bancário da Ativa Corretora, Luciana Leocádio, apenas bancos menores, com perfis mais próximos ao do PanAmericano, devem sofrer influência dos rumores da falência da instituição de Silvio Santos:
- É natural que os outros bancos médios fiquem de olho até terem a clareza do que de fato aconteceu com o PanAmericano. Os bancos com uma característica similar tentem a ser penalizados. Mas as grandes instituições não devem ser contaminadas com a notícia - afirmou Luciana.
Acionistas não sofrerão diluição, diz PanAmericano
Em um comunicado, feito a pedido da BM&F Bovespa, o PanAmericano informou que os recursos do aporte não serão usados para um futuro aumento de capital e, portanto, os atuais acionistas não sofrerão diluição em suas participações. O aporte está sendo feito na "conta do acionista controlador" e não irá gerar qualquer encargo para o banco.
Além disso, não haverá resgate futuro dos recursos, que estão sendo usados para recompor inconsistências contábeis. O Panamericano afirmou ainda que "está em tratativas com o Banco Central do Brasil em relação ao tratamento contábil que será dado a tal aporte".
A instituição financeira acrescentou que "as operações de crédito e investimentos continuam normalmente, mantendo-se as atuais políticas de crédito. As atividades das lojas e o atendimento ao público também permanecem inalterados".

BANCO PANAMERICANO X CAIXA ECONOMICA - NOTICIA RELEVANTE

O principal acionista do banco Panamericano (Caixa Econômica Federal) resolveu todos os problemas que apareceram, diz uma fonte ligada à instituição 

O megadepósito de R$ 2,5 bilhões e a troca de toda a diretoria do Banco Panamericano anunciados na noite desta terça-feira, 9, foram a solução encontrada pelo Grupo Silvio Santos, Caixa Econômica Federal e Banco Central para que fossem resolvidos os problemas da financeira sem que o novo sócio, a estatal Caixa, tivesse de fazer aportes.

"O principal acionista resolveu todo o problema que apareceu", diz fonte ligada à instituição. Há pouco mais de um mês, houve um encontro surpresa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Silvio Santos no Palácio do Planalto e nesta terça circularam especulações de que o assunto poderia ter sido tratado entre eles.
Quando as inconsistências foram encontradas no balanço do Panamericano, foi decidido que o novo acionista, a Caixa, não teria responsabilidade inicial de realizar novos aportes porque os problemas foram criados em um período anterior à compra de 49% do capital da financeira pelo banco estatal. Dessa forma, o acionista majoritário teve de assumir toda a responsabilidade para cobrir o rombo aberto nos números.
Diante da responsabilidade integral do controlador, foi costurada uma solução ao longo das últimas semanas para que houvesse o megaempréstimo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), sem que o Grupo Silvio Santos tivesse de tomar recursos no mercado, o que poderia chamar a atenção para o problema.
O FGC é uma entidade privada constituída por todos os bancos que operam no Brasil que garante depósitos de clientes nas instituições financeiras em caso de problema nos bancos. Por ter essa característica de "condomínio de depósitos", os principais cotistas do FGC tiveram de aprovar o empréstimo anunciado nesta terça à noite. Para os principais cotistas do Fundo, é melhor emprestar o grande volume de dinheiro agora a ver o problema se espalhar, o que poderia colocar todo o setor em risco.


Sem estatal. A hipótese de a Caixa aumentar a participação no Panamericano foi rapidamente descartada, já que o banco federal já tem 49% das ações do banco. Sendo assim, a maior fatia da Caixa poderia transformar a financeira do Grupo Silvio Santos em uma entidade estatal.


Agora, feito o mega-aporte, há expectativa de que não seja alterada a composição acionária da instituição - sendo mantida, portanto, a fatia de 51% do capital de posse do Grupo Silvio Santos e 49% da Caixa Econômica Federal.

Doação ao Teleton. O problema constatado no Panamericano teria sido anunciado diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo empresário Silvio Santos. Em 22 de setembro, o apresentador de TV teve reunião surpresa com Lula em um encontro não previsto na agenda do Palácio do Planalto.
Oficialmente, o objetivo da reunião foi pedir uma doação de Lula ao Teleton, programa de televisão que arrecada dinheiro de empresas e pessoas físicas para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD).
Ao deixar o encontro, Silvio Santos disse que pedira doação de R$ 12 mil e que o presidente da República gravasse vídeo para ser exibido no programa. A edição de 2010 do Teleton foi realizada no último fim de semana.
Vale lembrar que a CaixaPar, braço de investimentos do banco estatal, fez uma longa e detalhada avaliação dos números do Panamericano antes de bater o martelo para a compra de 49% do capital do banco em dezembro de 2009. Na época, não havia sido encontrada nenhuma inconsistência nos balanços e relatórios.