quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mantega diz que Brasil merece nota melhor das agências qualificadoras

Ministro ressaltou que a economia brasileira está muito melhor que a de países com melhor classificação

Por Agência Estado

RIO DE JANEIRO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (17/06) que o país merece notas melhores que as que recebe das agências de classificação de risco, pelas perspectivas da economia nacional. "Elas (as agências) muitas vezes dão notas que não correspondem à realidade. O Brasil tem uma qualificação BBB+, mas deveria ter mais que isso por sua condição", disse Mantega perante os membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência.

O ministro ressaltou que a economia brasileira está muito melhor que a de países com melhor classificação e em onde atualmente se fala de crise bancária. "São países (com qualificação A) que não deveriam ter nem nota B, que deveriam estar em uma segunda classificação", disse.

Nesse sentido, ele manifestou a necessidade de uma alternativa às agências de classificação de risco, que, disse, poderia ser desenvolvida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ou por algum outro organismo multilateral de confiança, "ou por uma avaliação dos próprios países e não só de empresas privadas".

Segundo Mantega, esse assunto será um dos que o Brasil debaterá na Cúpula do G20, a ser realizada na próxima semana em Toronto (Canadá). "A economia brasileira está mais líquida. Os títulos brasileiros estão mais líquidos. A moeda inspira mais confiança", explicou o ministro. No Brasil "podemos dizer que nossa moeda é uma moeda de curso internacional, que tem segurança, garantia e atração", afirmou Mantega.

No mesmo pronunciamento, o ministro se referiu às medidas do governo para estimular os investimentos em infraestrutura e a política industrial, e destacou a eficiência de empresas estatais como o Banco do Brasil e a Petrobras. "Nossa aposta está dando resultados e este ano o crescimento em investimentos, particularmente em obras de infraestrutura, foi 20% superior ao do ano passado", acrescentou.

Disse igualmente que, com o ritmo de crescimento atual, o Brasil será o maior produtor de alimentos do mundo em pouco tempo e que isso lhe permitirá atender a demanda mundial. Segundo o ministro, a economia nacional está crescendo de forma sustentável, sem inflação e sem aumento da dívida pública, ao mesmo tempo que reiterou a previsão de que o Brasil crescerá cerca de 6,5% este ano e a um ritmo anual de 5,5% a partir de 2011. "O Brasil já reúne as condições necessárias para um longo ciclo de crescimento e para consolidar-se como um dos países mais dinâmicos do mundo", disse.

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