sexta-feira, 30 de julho de 2010

Reajuste do minério de ferro tem impacto de R$ 4,444 bi para Vale

RIO - A adoção do novo sistema de reajustes trimestrais do minério de ferro teve forte impacto sobre o resultado da Vale no segundo trimestre, quando a mineradora lucrou R$ 6,635 bilhões e apresentou o melhor desempenho operacional e financeiro desde o choque financeiro global do terceiro trimestre de 2008.
De acordo com a companhia, o aumento dos preços de venda gerou um efeito positivo de R$ 4,501 bilhões na receita operacional do segundo trimestre, enquanto o crescimento de volume contribuiu com outros R$ 1,523 bilhão. A empresa ressaltou que o lucro operacional representou 136% do lucro líquido no trimestre.
"A elevação dos preços de minério de ferro e pelotas concorreu com R$ 4,444 bilhões, enquanto que a variação dos preços dos outros produtos representou R$ 57 milhões", diz o balanço da companhia.
No total, a receita operacional da companhia foi de R$ 18,981 bilhões entre abril e junho, uma alta de 45,7% em comparação com os R$ 13,029 bilhões do primeiro trimestre e um avanço de 72,5% em relação aos R$ 11,003 bilhões do segundo trimestre do ano passado.
Como consequência, a participação dos materiais a granel (bulk materials) - minério de ferro, pelotas, minério de manganês, ferro ligas e carvão metalúrgico e térmico - na receita total da companhia subiu de 69,2% no primeiro trimestre para 74,6% entre abril e junho, enquanto os metais base caíram de 16,6% para 21,4% no mesmo período. Os serviços de logística ficaram com 4,7% da receita operacional, os fertilizantes responderam por 2% e outros produtos por 2,1%.
Em termos de regiões, as vendas para a Ásia representaram 47% da receita total, enquanto as Américas representaram 24,3%, a Europa 23,4% e o resto do mundo 5,3%.
"A participação da China na nossa receita de vendas caiu para 27,2% no segundo trimestre, ante 37,6% no segundo trimestre de 2009, refletindo crescimento mais equilibrado da demanda global por minérios e metais", destacou a mineradora.
A receita financeira fechou o trimestre em R$ 114 milhões, contra R$ 99 milhões no primeiro trimestre, enquanto as despesas financeiras saltaram de R$ 878 milhões para R$ 931 milhões no mesmo período, refletindo principalmente o impacto por despesas com impostos sobre operações financeiras (IOF) referentes à conversão de duas séries de notas obrigatoriamente conversíveis em ADRs no mês de junho.
(Rafael Rosas| Valor)

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