Um cenário conturbado ao longo de novembro não foi motivo para os investidores estrangeiros reduzirem sua atuação no mercado acionário brasileiro.
No período, as compras (R$ 43,665 bilhões) dos não residentes na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) superaram suas vendas (R$ 42,069 bilhões) em R$ 1,596 bilhão, repetindo o desempenho visto em outubro (R$ 1,595 bilhão). Apesar do movimento, o Ibovespa acumulou perda de 4,20% no último mês, aos 67.705 pontos, e teve o pior novembro da década.
O último mês foi marcado por uma série de eventos internacionais, como o aumento da inflação na China e as expectativas de um aperto monetário, pela situação fiscal negativa de países europeus e pelos conflitos militares entre as Coreias do Norte e do Sul.
Por outro lado, a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de impulsionar a economia do país com a injeção de US$ 600 bilhões pode ter incentivado os investimentos em países em desenvolvimento, como o Brasil, que dessem maior retorno.
Este foi o quinto mês do ano em que as injeções de capital estrangeiro no mercado doméstico superaram as saídas, mas o valor ainda ficou abaixo do registrado em março (R$ 3,151 bilhões), julho (R$ 3,508 bilhões) e setembro (R$ 3,136 bilhões).
Das quatro semanas de novembro - excluídos os dois últimos dias do mês -, o saldo estrangeiro na Bovespa ficou positivo na primeira (R$ 460,7 milhões), na terceira (R$ 371,4 milhões) e na quarta (R$ 816,3 milhões). Já entre os dias 8 e 12, as vendas do investidor não residente na Bovespa ultrapassaram suas compras em R$ 104,7 milhões.
Somente na última terça-feira (30), quando o Ibovespa recuou 0,30%, o fluxo direto do estrangeiro ficou negativo em R$ 39,6 milhões.
Na trajetória oposta a do não residente, os saldos de atuação do investidor institucional e de pessoa física em novembro ficaram negativos em R$ 1,245 bilhão e em R$ 504 milhões, respectivamente.
Com o movimento do estrangeiro no mês passado, seu saldo de atuação no mercado brasileiro ficou positivo em R$ 6,292 bilhões no acumulado do ano.
Ranking
No mês passado, os investidores estrangeiros seguiram com a primeira posição na lista de participação na Bovespa, respondendo por 34,03% de todas as compras e vendas no período. Em segundo lugar, apareceram os institucionais, com 32,56% da representação, seguidos pelas pessoas físicas, que ficaram com uma fatia de 23,9% no intervalo.
(Beatriz Cutait | Valor)
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